25.5.06

minha personagem agora usa óculos.
os olhos:
um fechado, o outro a piscar.
- como máquina de tirar retrato.

16.5.06

tento adivinhar como se arranca uma dor.
não está em mim.
tento.
o problema consiste em...
- onde vai dar este caminho?
- qual caminho?
o pássaro inicia seu vôo.
talvez busque
(no fio de água que engole a montanha)
um possível pouso.


# para amarelo-rubro (poeta dos poetas)

13.5.06

atriz pornô

ele vê playboy. também me excito.
acho aquela imagem igualmente sedutora.
entrar. deitar a imagem.
ele me deseja depilada.
este capricho da civilização.

quero ser
selvagem.

12.5.06

11.5.06

de estar farto (ou) fulo da vida,
resta chorar.
(ou) socar a parede imaginando a cara de alguém.
vidro não é bom.
chorar faz bem. alivia o ódio, que se transforma em raiva
e se torna outra coisa que não os dois.
nem ódio, nem raiva:
desprezo.
desprezo é bom.
– razão dos poetas?

socar a parede,
sangrar sem corte,
mergulhar as mãos em água morna
salgada.

8.5.06

o encontro

na mesa de escrever
as mãos soletram.
unhas postiças (acúleos pungentes),
esmalte, anéis.
ela se prepara para sair.
sai.
se eu não tocar esta imagem:
- morro.









- morre.