30.3.11

tenho a alma fortemente ferida
não sei como traçar novo destino
uma vontade de encontrar mais uma vez no infinito
as possibilidades de amar o ainda não vivido

24.3.11

lisboa-sevilha

















do amigo editor um cartão
feira de Sevilha, maio de 1973
no verso, apenas uma frase 
"aqui é outra coisa mais viva..."
e uma outra palavra que não consigo decifrar
se me permite,
aqui é outra coisa ainda mais viva...
de amar

22.3.11

para desfazer o mito
belo horizonte tem moças belíssimas
e moços ainda mais bonitos

ah como é bom caminhar pela cidade

encontrar no português da esquina
a juventude sem idade

como explicar

que sua pele é dourada
da cor da tarde?

pelas ruas sigo sorrindo

esperando o dia e a noite

de domingo

20.3.11


bom ouvir o trem
quando se chega em casa

a cama pronta para embalar
um sono tranquilo

e o corpo se põe a pensar
à espera do seu sorriso

aqui, tudo é lembrança
objetos fora do lugar

16.3.11

no estreito da cama
os corpos se encontram
e miram o infinto
quando dois se tornam um

Hilda sabe

antes de ser mulher sou inteira poeta

15.3.11

ainda que eu adormeça
o corpo permanece insone
e vela seu corpo
para que a primeira luz da manhã
não lhe queime a pele

12.3.11

Na cabeceira, O capital de Marx
O Aleph de Borges
O vermelho e o negro de Stendhal
A divina comédia de Dante
Mas o que impera é Do desejo de Hilda Hilst

Os livros são o mundo
Uma parcela de conforto
Nas noites sem fim
Em estado de vigília

Se o poeta insone é um apaixonado
Não há outra saída a não ser escrever
Para que os livros na cabeceira
Não possam morrer

10.3.11

Qual sentimento me governa?
A chuva trouxe a febre
Depois do carnaval e da alegria

8.3.11

Bloco do TchaTcha

Haverá salvação?
Debaixo de chuva
Nem os deuses puderam prever
Baco existe!
O deus da transgressão
Confetes e serpentinas
Diabinhas, diabólicas
Caciques e colombinas
Éramos muitos os mártires das ciências sociais

Viva Dionísio!


O Rafa TchaTcha
De cada dia
Dai-nos senhor 
Abençoai nossa folia 

bay Tcha Tcha! 
bay Tcha Tcha! 


 

5.3.11

haverá tempo para mais um poema?
quantas noites sem dormir
à espera de que a palavra dê conta
dos sonhos que não apaziguam a alma

se a ajuda tardar
talvez o tempo irá dizer
o mistério que há nas letras

já não sei o que escrevo, 
quando escrevo, 
se escrevo

toda a vida é infinita

3.3.11

das coisas pequenas




















apaixonei por um principezinho
que tem uma flor
e cuida dela

a flor é sua vida
meu coração repleto de afeto
pelo mundo deles dois

1.3.11

autocromo #13 -  por pedro portella



 



















aqui a vida é uma festa
muita gente
muita alegria
belo horizonte tem carnaval
todo dia