300 toques
deixei a mão correr levemente pelo seu rosto. senti sua respiração falhada, a boca seca. no canto esquerdo, abajur, despertador, o copo d’água. contávamos histórias um para o outro até que o cansaço nos vencesse. pés gelados. melhor vestir meias, conferir as janelas. acreditei que tudo não era sonho.
26.6.05
24.6.05
20.6.05
18.6.05
o matraca anuncia o beiju
olho a prateleira lotada de tarefas acadêmicas
vontade de ficar de pé, debruçada na janela
espiar Marquinho
que grita lá fora
“uma lavadinha aí?!”
som de furadeira no vizinho ao lado
a persiana bate com o vento
cinco gatos quentando sol
bolinhas de pimenta do reino (preta)
espantam as traças
a Internet é gradualmente lenta
meus olhos caem
colchão de molas
olho a prateleira lotada de tarefas acadêmicas
vontade de ficar de pé, debruçada na janela
espiar Marquinho
que grita lá fora
“uma lavadinha aí?!”
som de furadeira no vizinho ao lado
a persiana bate com o vento
cinco gatos quentando sol
bolinhas de pimenta do reino (preta)
espantam as traças
a Internet é gradualmente lenta
meus olhos caem
colchão de molas
16.6.05
13.6.05
11.6.05
aula de geometria.
círculos (concêntricos?)
vi na antiga 3ª série
depois, mais aprofundadamente...
na 7ª.
quando queria,
era boa em matemática.
mesmo sem querer, tirava 10 em educação moral e cívica.
sempre troquei palavras em português,
mas era craque na interpretação.
não cumpri com o que registrei no caderno de perguntas de uma coleguinha da 6ª.
"o que você quer ser quando crescer?"
desenhista!
um colega leu, olhou pra minha cara e disse: "rárá! desenhar é muito difícil".
me lembro que ele copiava (à mão livre)...
super-heróis da marvel.
nunca consegui copiar um super-herói.
depois fui fazer curso. aquela coisa de oito cabeças...
pensar oito cabeças e fazer o corpo humano, sabe? muito cerebral. talvez por isso, meus bonecos continuam rígidos.
mulheres estáticas.
já na faculdade, um amigo me disse que eu era preconceituosa, porque não desenhava gordos. mal sabia ele que já havia tentado, tentado etc. não só gordos, também velhos, crianças, bichos...
não me descobri Poty.
me formei em letras.
------------------------------------------------------
... daqui a dois dias, 31 anos.
nasci num 13 de junho
mesmo dia de Fernando Pessoa
e meu pai disse isso.
círculos (concêntricos?)
vi na antiga 3ª série
depois, mais aprofundadamente...
na 7ª.
quando queria,
era boa em matemática.
mesmo sem querer, tirava 10 em educação moral e cívica.
sempre troquei palavras em português,
mas era craque na interpretação.
não cumpri com o que registrei no caderno de perguntas de uma coleguinha da 6ª.
"o que você quer ser quando crescer?"
desenhista!
um colega leu, olhou pra minha cara e disse: "rárá! desenhar é muito difícil".
me lembro que ele copiava (à mão livre)...
super-heróis da marvel.
nunca consegui copiar um super-herói.
depois fui fazer curso. aquela coisa de oito cabeças...
pensar oito cabeças e fazer o corpo humano, sabe? muito cerebral. talvez por isso, meus bonecos continuam rígidos.
mulheres estáticas.
já na faculdade, um amigo me disse que eu era preconceituosa, porque não desenhava gordos. mal sabia ele que já havia tentado, tentado etc. não só gordos, também velhos, crianças, bichos...
não me descobri Poty.
me formei em letras.
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... daqui a dois dias, 31 anos.
nasci num 13 de junho
mesmo dia de Fernando Pessoa
e meu pai disse isso.
7.6.05
plock, plock, plock... no meu cérebro.
manifestações de euforia indicam a hora de começar a escrever.
(contrastes)
zunzunzum...
ainda não me acostumei com o som polifônico do celular...
parece que ouço vozes vindas de todos os lados:
da rua, dos prédios vizinhos etc.
irrita-me sair zureta e perceber que não era o meu,
nem o de ninguém...
invenção
todos têm celular,
moram em prédios,
perambulam pela rua.
nem todos têm bolhas imaginárias no meu cérebro.
manifestações de euforia indicam a hora de começar a escrever.
(contrastes)
zunzunzum...
ainda não me acostumei com o som polifônico do celular...
parece que ouço vozes vindas de todos os lados:
da rua, dos prédios vizinhos etc.
irrita-me sair zureta e perceber que não era o meu,
nem o de ninguém...
invenção
todos têm celular,
moram em prédios,
perambulam pela rua.
nem todos têm bolhas imaginárias no meu cérebro.
5.6.05
incrível ver você de novo e perceber que o tempo não alterou seu jeito de andar.
o olhar discreto,
quase tímido.
para não dar na cara,
concentro,
finjo ver o trânsito,
atravesso a rua distraída
e...
um pouco sem graça,
meio desajeitada,
viro pra trás.
ainda dá tempo de pegar:
impressões do vermelho
estampadas no seu rosto.
2.6.05
um pouco mais de 300 toques
pensei encontrar nas anotações deixadas na gaveta da cômoda
uma história possível para carlos.
nada. nas notas,
apenas emendas de frases rígidas, absurdas
sem o que contar, me rebelei contra a página branca
vomitei considerações, devaneei
(esse mundo inventado)
ao ler,
carlos nem se deu conta de que o texto
era todo
espaços vazios.
pensei encontrar nas anotações deixadas na gaveta da cômoda
uma história possível para carlos.
nada. nas notas,
apenas emendas de frases rígidas, absurdas
sem o que contar, me rebelei contra a página branca
vomitei considerações, devaneei
(esse mundo inventado)
ao ler,
carlos nem se deu conta de que o texto
era todo
espaços vazios.
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