29.7.12



Adraga


Quantas promessas em frente ao mar?

Tantos pedidos ainda por fazer

A impossibilidade de amar apenas um

Embora, quando me possui em seu quarto,

Faço-me inteiramente sua

Apenas sua



Em frente ao mar das promessas

Vejo que em mim habita

Sentimentos capazes de mover meu espírito

E nesse mar gelado 

Busco mais uma vez 

O seu corpo sobre o meu 

6.7.12

sobre quando nasci morri
o gosto líquido denso na garganta
ainda hoje sonho sufocar o ventre
à espera da manhã seguinte 
depois da nossa pequena morte 



1.7.12


Saudação do Anjo

vejo ao longe um rio
que corre entre montanhas
duas mulheres e uma criança

o vento abre minhas asas
com tal força
que me leva para um lugar distante

não posso voltar,
banhar nessas águas
e acariciar sua face

vou de costas para o futuro
para lembrar dessa imagem
que o tempo tornará fragmento

meus grandes olhos
que sempre viram ruínas
agora veem a paisagem

pintada à mão
num prato