31.7.10

da beleza e da amizade


                                        
Seu sorriso ante o inesperado 
A alegria de viver surpreendido
Imagem que não se apaga
Um mergulho no lago 
Três homens nadando
Todos lindos, selvagens e amigos

                                       
Lindo é olhar para o horizonte
E se perder no infinito
Ter o sol e a lua ao mesmo tempo
O vermelho da tardinha
E o azul da noite chegando

                                  
O rosto de um menino
A vida nos olhos dele
Quanto tempo mais
Para reafirmar esta beleza?
É olhar para ele
E o coração inflama

Obrigada aos três!

29.7.10

Se o amor não tardar



O céu está turvo
Mas a lua resplandecente 
Uma aura em torno dela
Eu me sinto tão pequena 
Ao mesmo tempo gigante 
Ao olhar pra ela

o dia e a noite


3#10
Percorra em mim
Com as mãos firmes
Renovando o ar desta manhã
Com seu líquido viscoso

Deita sobre meu corpo
Sem que eu perceba
Somente em seus braços posso sentir
A minha dura hora


Procuro em seus olhos
A imensidão da noite
Busco tocar seu rosto
E não esquecer este presente inconfesso 

18.7.10

Da noite que restou

2#10


Nosso futuro incerto
Buscando a estranheza da noite
Seu perfume na manhã
Guarda o que ontem se rompeu

O olhar de um para o outro
Sentindo, suspirando
Afaga, afaga o meu corpo
Mergulhando no orvalho
Que de dentro da minha alma
Vem surgindo devagar

Flor da noite


1#10

Em seu coração de pedra pousa uma flor
Cabe a você acolhe-la como uma flor
Que repousa em seu coração de pedra
Sem lhe pedir amor

Em meu coração escrevo com a pedra
O primeiro dentre muitos poemas
Cabe a mim recebê-los
Sem lhes pedir a dor

17.7.10

para o anônimo

não costumo revelar aqui a intimidade
não gosto da ideia de um diário
mas este encontro celebra um momento histórico
que merece fazer parte desta tempestade
mais de 10 anos celebramos ao som de Pedrães
escritores, poetas e músicos
não importa






























16.7.10

Sabe o que eu quero
Ser uma grande poeta como Hilda Hilst
Construir minha casa do sol no mato
Lá viver com marido e filhos

Antes, vou ganhar o mundo
Ter muitos amantes
Cada amante um livro


14.7.10

do tempo que se espera um canto

                                                      para Luiz Gabriel

O tempo mais sincero é o da infância
Depois nos debatemos
Tentando encontrar as palavras que julgamos certas
Cansei de esperar...
Se são palavras, apenas palavras,
Como haveremos de lhes dar sentimento?
Sua voz vem chegando sobre mim
Atravessada por seu canto
Você me faz sentir as primeiras horas desta manhã
Como ontem e anteontem 



13.7.10

sou ave de rapina
perdida em mim mesma
procurando o sabor da carne
nas palavras e nos sentimentos do mundo
escrevo tão rapidamente
posso sentir os dedos sangrarem


é dor
 

penso todas as noites
no dia em que nos tornaremos
fotografias deixadas sobre a mesa 

penso na verdade do mundo
no que agora me tornei

imagem

para meu pai

10.7.10

um poema por uma imagem

Quando ele chega
Vem de mansinho dar um beijo
A mão tocando a pele
O sorriso se desmanchando no rosto
Esta é a história que se quer contar
Dos corpos que se encontram na noite
E caminham sem pressa  
Rumo ao infinito 


















foto: Ana Carvalho


9.7.10

Perguntar pela razão das coisas não conduz ao imediato encontro da resposta.

Jean Rouch

 

 

 

5.7.10

as chaves entregues
o encontro onde tudo começou
no fim da noite
eu me vejo condenada à solidão
à melancolia pontuando o poema
à saudade de um tempo bom

está tudo tão triste agora
o futuro que nos guarde para sempre