Belos sonhos
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a insônia assombra o quarto e preciso me distrair das angústias de uma gripe mal curada. enquanto o sono não vem, penso no trabalho que preciso empreender. debruçar-me sobre um material vasto com um tema que exige cuidado: a guerra. é precioso ter cuidado sobretudo ao manipular correspondências de guerra que revelam a intimidade de um jovem casal. as marcas de um amor juvenil se misturam às marcas deixadas pela experiência limite, mediada pela leitura e escrita constantes. falo das cartas de guerra de António Lobo Antunes.
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passadas as horas. diante de um livro sobre literatura e guerra, um artigo sobre Guillaume Apollinaire me fez lembrar o quanto a sua morte prematura chocou seus amigos. o poeta, que voltou da guerra com um ferimento na têmpora, morre poucos anos depois, aos 38 anos, em Paris, na noite do armistício, de uma doença. Gertrude Stein: estava calor, as janelas abertas. Apollinaire! Apollinaire! Apollinaire! os caligramas.
a escrita no branco.
Dos seus poemas de guerra, um trecho:
Madeleine tudo o que não é do amor está perdido
Suas fotos em meu coração
E as moscas metálicas pequenos astros de início
Apollinaire! Apollinaire! Apollinaire!