8.3.07

Poesia dentro*

De quando a máquina de filmar não é remédio.
Como é bom, numa tarde como esta, deitar a cabeça em fronha limpa.
Longe do sol quente, longe do barulho de buzinas e motores.
Cada vez mais creio que tudo, praticamente tudo, pode virar poesia
quando se tem o peito a arder em febre,
quando o nó, apenas o nó na garganta impede o ar,
quando não o pulso, mas o estômago está cortado,
quando os olhos estão fechados
e a tela escura é apenas passagem cinematográfica.
No sonho, tudo vira poema.

(na ponta dos dedos toca-se o mundo)

*para Ana C., Júnia T., M. Lúcia, Claudete

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