Encanta-me caminhar pelas ruas do bairro
Ver os adornos desencontrados das casas
Os portões perdendo a tinta
Sentir a luz do poente
Tingindo de vermelho o topo da montanha
Certos de que estamos envelhecendo
Mergulhados na imensidão da noite
Deitamos café na xícara
Observando as primeiras constelações
Descobrir-se na noite
Na insônia pessoana
Nos versos que agora devoramos
Por onde andou que não me viu em sonho?
Seu olhar, seu silêncio
Imagens que correspondem a este cotidiano
Enquanto a janela recebe a primeira luz da manhã
O corpo ainda insone
Vasculha o que restou
Na mesa onde tomou nota
Repousa uma flor
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*para o encantador (E.E.)
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