e se um dia a chuva...
Florbela,
é tão triste morrer na sua idade?
vejo seus olhos, penitentes
Florbela:
Ser-se novo é ter-se o Paraíso,
É ter-se a estrada larga, ao sol, florida,
Aonde tudo é luz e graça e riso!
Florbela,
e se um dia a chuva
pudesse ter lavado seu espírito
teria dormido como um anjo
e não morreria em sua dor
despedida
Florbela:
A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.
Florbela,
de roxo, violeta e lilás
seu vestido no dia em que se tornou imagem
em mim, seus sonetos são agora
noites e manhãs
Florbela:
O sol morreu ... e veste luto o mar ...
E eu vejo a urna de oiro, a balouçar,
À flor das ondas, num lençol de espuma.
E eu vejo a urna de oiro, a balouçar,
À flor das ondas, num lençol de espuma.
Florbela,
e se um dia...
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