7.3.14

O avião cortando as nuvens
Tive uma ideia
Não uma ideia justa
Mas justo uma ideia
Nessa tela de projeção que é o céu,
as nuvens,
recortes de branco e cinza,
3D?

Vejo a ideia.
Daí abro o livro* que me acompanha: 

- “Ensaiar para ver, ‘ver não isto ou aquilo, mas somente ver se há algo a ver’”; 

- “Decompor para reencontrar a força do ver, para transformar de novo o ato de olhar num acontecimento, para ver se ainda conseguimos construir o sentido com as imagens”;

Pois voar para mim sempre foi uma aventura: 

- Câmera lenta/ efeito pintura:  “trata-se também de diminuir a velocidade como se pilota um avião, no olho”.

Na tela imaginária, pensei: se o avião cair, por motivo técnico ou um urubu preso à turbina, desacelero a velocidade do corpo em queda com/no pensamento? Perdi o medo da queda, o risco que nos acompanha, todos juntos ao mesmo tempo agora.

Da boca (e não mais da pedra) brota uma flor. As imagens se fundem, contundem e se dissolvem como ideias-nuvens. 



*citações de Philippe Dubois sobre Godard. 



para César e Oswaldo
para Carla e Raquel  
para o Leo e alunos



Nenhum comentário: