28.5.05

retirado de escritores incompetentes
tópico: narrativas de grau zero

4/29/2005 9:37 AM
eassis: são os documentários, mas...ando tendo uma impressão esquisita com essa quantidade de blogs, diários, histórias íntimas do homem comum, das coisas fantásticas do cotidiano etc... há uma mistura entre ficção e documentário?

4/30/2005 12:20 PM
yo: quero entender melhor o que você diz de narrativa de grau zero. e principalmente de que forma o documentário seria essa narrativa.quanto à pergunta, não sei se mistura... é verdade que a água passa pelo pó que está contido num filtro, daí: café. digamos que nós somos o filtro. o pó o conteúdo, documental ou não, a água seria aquilo que torna possível saborearmos o conteúdo. A escrita? bem sabemos que o filtro sozinho não dá conta. ele precisa de conteúdo. alguns de muito, outros pouco menos. os menos são estes que aproveitam o cotidiano, misturando pó de café torrado com café verde. os que precisam de muito conteúdo às vezes perdem o ponto, repare que o texto fica chato, meio Machado de Assis com pijamas de bolotas vermelhas. bom, penso que alguns descobriram a facilidade de escrever. escrever fácil é abandonar os clichês, catar um fase solta e transformá-la em alguma coisa que a gente lê, esquece, lê de novo etc. é simplesmente fazer café. mas.... também sabemos que tem gosto pra tudo.

4/30/2005 12:26 PM
yo: edu, acho que não respondi sua pergunta. é que responder não é o meu forte. o meu forte é mentir. rs. são 16:20h, me deu uma vontade de tomar café!

5/8/2005 12:05 PM
eassis: Haja!!! é como se o que é narrado não se encaminhasse para um fim. daí é um passo para falar da falta de finalidade do que é narrado (mas não do ato de narrar). o que está escrito não está amarrado a um núcleo (ou mais de um) importante. não há exemplos, personalidade, organismos, vida (não é que não haja, mas o modo de desenhar a vida é outro, menos escatológico, com menos sentido, ou com vários sentidos pulverizados).o átomo do elemento narrado é uma nuvem quântica de elétrons ou perspectivas.não é que o sentido não exista, mas talvez exista um sentido centrífugo ao invés de centrípeto. qualquer detalhe exposto seria, a partir disso, um detalhe uiversal.... cotidiano épico.

5/28/2005 11:10
yo: a física quântica considera a imensidão do universo, essa coisa que é infinitamente maior do que tudo que a gente pode imaginar dele, ao mesmo tempo em que considera os pequenos girantes (átomos etc.)... acho que o mesmo é para nós, incompetentes, tudo é e não é ao mesmo tempo, até chegarmos ao nada, ao neutro. O infinito é tão absurdo que ele é e não é. ver um átomo, pegar um átomo, termos a certeza dele, também. assim imaginamos tudo, universo e átomo... que coisa.

(aproveito tudo)

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