28.3.09

António Reis e Margarida Cordeiro*

A poesia que imprime o cotidiano
se faz carne
Não lubrificar as dobradiças
Primeira regra do poeta

A tábua a ranger
emite um som familiar
Janelas a bater com o vento
Passos em volta

Casas velhas, empoeiradas,
o mofo a corroer os lençóis
Poeira fina cobrindo a cômoda

A esta hora da noite
nem querosene, nem velas

Separa as partes rente ao osso
Pão, vinho, e um pouco de mel
No preparo do jantar

-------------
* Para Ribão, para Nica, por uma proposta cinematográfica

Nenhum comentário: