10.9.11

Morro como meu filho no ventre
porque é insuportável conviver com a dor

Morro como quem pede abrigo

querendo apenas uma cama para se deitar

Morro como todas morreram
para nascer num poema

Morro como despencam
as folhas das árvores
com a chegada do vento

Morro para que a alegria prevaleça
como a última lembrança

Morro deixando vestígios
de uma vida ordinária

Morro como morrem os pássaros
que caem dos ninhos

Morro como quem espera
o tempo das chuvas

Morro para que ninguém saiba

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