3.8.10

Da infância*


Olhar para o passado
Remexer em imagens que julgava extintas
O porão da casa guardava mistérios
Já não sei se tudo ali foi real
Ou se invento na parede branca

Era bom o tempo da infância
Da alegria de viver no quintal,
Caçando minhoca e tatu-bolinha,
Guardo a imagem de uma tarde ensolarada
Duas crianças felizes
Colocando fogo nas bananeiras
Três jovens aflitos
A apagar com baldes e mangueira


Seria bom se tudo de ruim fosse apagado
A escrita ganharia mais leveza
Missão do poeta
Não poupar quem quer que seja

*para meus quatro irmãos

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