9.8.10

Sentados na Irlanda

                                                      Para o Eduardo Assis     

Nem sempre o que eu escrevo
é o que eu escrevo
Às vezes é exatamente o sentimento atravessando a alma
Como uma lâmina afiada
Por vezes, a evidência de uma voz alheia
Um grito
Quase sempre blefo
Como num jogo de cartas

Aprendi a ganhar muitos feijões no pôquer

Fingindo não saber jogar
A tabela de combinações ao lado
Não é que as cartas me saíam por entre os dedos?
Pousá-las uma a uma
Requinte de sarcasmo
Ai como é gostoso o gosto de cerveja...

Alguém está na Irlanda

Vagando pelas ruas
Se perdendo nas livrarias e cafés
Procurando uma mesa, alguns feijões
Cortando o baralho em três
Quem me ensinou a blefar


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